5 histórias deste carnaval que alteram o enredo da disputa presidencial

 

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O jornal Gazeta do Povo fez um resumo com cinco acontecimentos marcantes deste carnaval que podem influenciar a corrida presidencial. Confira.

 

5 histórias de carnaval que mudam o ritmo da disputa para presidente
 
Passada a Quarta-Feira de Cinzas, a política recomeça o ano eleitoral numa ressaca danada. O carnaval foi uma folia desgastante para todos os principais candidatos a presidente. Ninguém saiu do baile mais em forma do que entrou. E pelo menos cinco histórias deram luz a novos e velhos temas que ganharam força na pauta.

 

Temer é destaque na Sapucaí e agora fantasia com reeleição

 

Todo mundo leu essa história: a Paraíso da Tuiuti foi vice-campeã do carnaval do Rio de Janeiro com críticas diretas à reforma trabalhista e um presidente vampirão em um carro alegórico. O que quase ninguém apostava é que isso nem de longe seria uma ducha de água fria no ânimo do presidente. O staff do Palácio do Planalto saiu do carnaval reforçando a tese de que há espaço para Temer concorrer à reeleição. A tese é que, sem Lula na disputa, não apareceu um candidato de centro com condições de vencer. A ideia faz Temer trombar com dois aliados que acham a mesma coisa: o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD-GO). A diferença é que nenhum dos dois virou personagem na Sapucaí.

 

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Petistas comemoram a Paraíso da Tuiuti. Mas Lula não ganhou nada com o carnaval

 

A Paraíso da Tuiuti arrebatou o coração dos petistas. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, publicou no Facebook que a escola era a “campeã do povo”. Em um dos comentários relacionados à publicação, um homem retruca e diz que a campeã moral, real e do povo foi a Beija-Flor (que levou o título de fato, com um enredo político, mas não necessariamente dentro da visão petista). Gleisi ainda fez outra troça com Temer, compartilhando um comentário de que “Finalmente, um vice no país a ser motivo de orgulho”. Mas o PT, de fato, deixa o carnaval por cima? Vale lembrar que criticar Temer é uma coisa (fácil), a outra é defender Lula, o que não aconteceu.

 

 

 

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A insegurança no Rio é a insegurança da campanha

 

Você pode ter achado lindo (ou pura cascata) os protestos da Beija-Flor e da Tuiuti, mas o carnaval fora do sambódromo teve cenas de filme de terror. A zona sul do Rio viveu uma série de arrastões, que levaram a uma reação de surpresa do governador do estado, Luiz Fernando Pezão. “Não estávamos preparados. Houve uma falha nos dois primeiros dias e depois a gente reforçou aquele policiamento. Mas eu acho que houve um erro nosso”, justificou. Ele não sabia que o carnaval era no carnaval? Nem ele, muito menos o prefeito Marcelo Crivella (PRB), que aproveitou o feriado prolongado para viajar à Europa. Segurança, aliás, será a bandeira de candidatos como Jair Bolsonaro, que no meio do carnaval desmentiu uma reportagem de que estaria disposto a “metralhar” a favela da Rocinha para resolver o problema de violência com traficantes. Sem dizer que Temer está prestes a criar o Ministério da Segurança Pública, sob encomenda da Bancada da Bala.

 

 

 

O jatinho de Luciano Huck. E outros 9 enroscos do apresentador

 

A campanha presidencial está em compasso de espera por Luciano Huck. A decisão do apresentador sobre se candidatar ou não, ao que consta, sai até sexta-feira (16). No meio do carnaval, contudo, ele começou a enfrentar seu primeiro bombardeio de maior peso eleitoral – a notícia de que ele comprou um jatinho da Embraer com dinheiro público. Huck contraiu um empréstimo de R$ 17 milhões do banco estatal BNDES, em 2013, por meio do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos). A linha de crédito tem juros de 3% ao ano (bem abaixo dos juros de mercado) e prazo de 114 meses (9 anos e meio) para pagar. Não há nada de ilegal no processo. A questão é que esse não é o único tema que virá à tona na campanha. Pelo menos outras 9 polêmicas que envolvem Huck já começaram a sair do armário.

 

O bloco dos venezuelanos está descendo de Roraima para o resto do país

 

O presidente Michel Temer passou um dia de carnaval em Roraima para discutir a crise migratória venezuelana. Não foi à toa. Boa Vista é longe, o grosso dos brasileiros não está nem aí para o inferno venezuelano, mas essa é uma questão que caminha a passos largos para influenciar a campanha presidencial. A estimativa do Alto Comissariado da ONU para Refugiados é que mais de 1 milhão de venezuelanos já deixaram o país nos últimos três anos e que a coisa vai piorar. É uma bomba-relógio que pode explodir em outubro.

 

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Veiculado originalmente em Gazeta do Povo