Aécio Neves pode se tornar réu por corrupção passiva e obstrução de justiça

 

Nesta terça-feira (17), a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) vai decidir se aceita ou não denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG). A tendência é que o tucano se torne réu pela primeira vez. O senador mineiro é acusado pela Procuradoria-Geral da República de corrupção passiva e obstrução à justiça em uma investigação derivada da delação dos executivos da JBS. 

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O senador foi gravado, com autorização da justiça, pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, dono da J&F – que administra a JBS-, e o dinheiro foi entregue posteriormente ao primo do senador. No total, Aécio Neves é alvo de nove inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).

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Apesar do inquérito contra o tucano ter surgido na delação dos executivos da JBS, a investigação não é considerada parte da Lava Jato porque não tem dinheiro desviado diretamente da Petrobras. Por isso, o relator do processo é o ministro Marco Aurélio e não o ministro Edson Fachin, que cuida dos processos da operação Lava Jato. Na mesma denúncia, respondem também Andréa Neves, irmã do senador, Frederico Pacheco, primo, e Mendherson Souza Lima. Os três chegaram a ser presos preventivamente em 18 de maio de 2017, mas foram soltos no mês seguinte.

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No último ano, a Primeira Turma tem consolidado a posição de receber a maioria das denúncias contra parlamentares. Desde fevereiro de 2017, os membros desse colegiado endossaram cinco denúncias, contra os senadores Romero Jucá (MDB-RR), Agripino Maia (DEM-RN) e Wellington Fagundes (PR-MT) e os deputados Adilton Sachetti (PRB-MT) e Luiz Nishimori (PR-PR). O deputado Rôney Nemer (PP-DF) foi o único que teve a investigação arquivada. A primeira turma do STF é composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Luis Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e Marco Aurélio.