Câmara gasta R$16 milhões com divulgação e mira fundo eleitoral de R$3,7 bi

Despesa é menor em comparação à última legislatura, mas alguns parlamentares ainda abusam do privilégio

Mesmo diante de um cenário de reformas e corte de gastos, os deputados federais gastaram mais de R$16 milhões apenas com divulgação de suas atividades parlamentares no primeiro semestre de 2019.

O levantamento do Ranking dos Políticos mostra que houve uma redução de mais de 20% com a despesa em relação ao mesmo período de 2015, início da legislatura anterior.

Apesar disso, alguns parlamentares mostram pouca preocupação com o compromisso de reduzir o custo da máquina pública. Abaixo os deputados que gastaram mais de R$ 100 mil com divulgação de mandato.

            Fonte: Portal da Câmara do Deputados. Período: de fevereiro a julho de 2019.

Crise fiscal e Fundão Eleitoral

O ministro da Economia, Paulo Guedes e sua equipe, apresentaram na última quarta-feira (21), ao presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um plano de arrecadação de R$20 bilhões para socorrer ministérios. Segundo a equipe econômica, 13 pastas podem sofrer cortes em programas devido à falta de verba federal e cenário de austeridade. Até programas como o Minha Casa Minha Vida poderão ser afetados.

Guedes é contra mudanças de metas e está buscando ampliar as receitas rapidamente, o que inclui a antecipação de pagamentos de R$13 bilhões em dividendos pelo BNDES e pela Caixa. Uma outra alternativa seria a junção de ministérios para reduzir gastos do orçamento federal.

Mesmo diante do déficit orçamentário, o Congresso insere na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO 2020), aumento da verba destinada ao fundo eleitoral. Pela proposta aprovada na Comissão Mista de Orçamento, o fundo passará de R$1,7 bilhão valor distribuído nas eleições de 2018, para R$3,7 bilhões para as eleições de 2020, caso seja aprovado.

Segundo Renato Dias, diretor da ONG Ranking dos Políticos, “a proposta de aumentar o Fundão Eleitoral é totalmente descabida e fora de hora”. Para Dias, “já que a extinção do Fundo não é viável atualmente, pelo menos não deveria haver aumento”.